Pesquisas do Cepea indicam que os preços do trigo no mercado interno brasileiro parecem ter encontrado um nível de suporte nas últimas semanas, com sinais de variações positivas. Com o fim da safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a estimativa de produção do grão, apontando o menor patamar nos últimos três anos. Esse cenário, de acordo com especialistas do Cepea, tende a reforçar a necessidade de importação de trigo, especialmente no primeiro semestre de 2025.
A Argentina, que tradicionalmente é um dos maiores fornecedores de trigo ao Brasil, parece ter estoques mais volumosos para exportação. No entanto, o país vizinho tem buscado diversificar seus parceiros comerciais, incluindo negociações com a China, o que pode impactar a oferta disponível para o mercado brasileiro.
Outro fator relevante que pode influenciar a dinâmica do mercado de trigo no Brasil é a taxa de câmbio. A variação do dólar, segundo o Cepea, será determinante para a paridade de importação, uma vez que a valorização da moeda americana pode tornar as compras externas mais caras para o Brasil. Além disso, há preocupações sobre como a dinâmica das transações internacionais será afetada pela posse do novo governo dos Estados Unidos, o que pode gerar volatilidade nas negociações globais de commodities.
Neste cenário, o Brasil deverá enfrentar desafios para garantir o abastecimento adequado de trigo no mercado interno, com os preços sendo impactados pela oferta externa, pela taxa de câmbio e pela reconfiguração das relações comerciais internacionais.