Restrição hídrica e calor intenso comprometem produtividade da soja e do milho no Rio Grande do Sul

Fonte: CenarioMT

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O desenvolvimento da soja no Rio Grande do Sul tem sido fortemente impactado pelas altas temperaturas, que chegaram a 40°C, e pela falta de chuvas regulares na última semana. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (13), o Oeste do Estado continua sendo a região mais afetada, mas lavouras em diversas localidades enfrentam perdas expressivas.

O diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera, destaca o papel da instituição no suporte aos municípios atingidos. Além de prestar assistência técnica, a Emater emite laudos técnicos que auxiliam no reconhecimento da situação de emergência e na obtenção de recursos. “Continuamos a prestar suporte às prefeituras e entidades locais para viabilizar as políticas públicas necessárias para mitigar os efeitos dessa crise hídrica”, afirma. O déficit de chuvas também compromete a pecuária e a disponibilidade de água para consumo humano.

As chuvas recentes foram irregulares e, em apenas algumas áreas, os volumes foram significativos. A baixa umidade do solo, aliada ao calor excessivo, prejudicou lavouras em estágio reprodutivo, como aquelas em floração (38%) e em formação e enchimento de grãos (49%). Com o estresse térmico e hídrico, observa-se abortamento floral, queda prematura de vagens, desfolhação basal e porte reduzido das plantas, principalmente nas lavouras semeadas entre outubro e novembro.

Apesar das dificuldades, nas áreas com umidade suficiente, os produtores seguem com tratamentos fitossanitários, aplicando fungicidas e inseticidas para o controle preventivo de doenças e pragas.

Milho também sofre impactos

A cultura do milho também enfrenta desafios com as altas temperaturas. Mesmo após as chuvas do dia 5 de fevereiro, a elevação térmica acelerou a perda de umidade das plantas e grãos, favorecendo a colheita, que já alcança 54% da área cultivada.

As áreas semeadas no início do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) apresentam produtividade satisfatória, especialmente aquelas que já estão em maturação (19%). No entanto, os cultivos plantados tardiamente (7% em desenvolvimento vegetativo, 6% em floração e 14% em enchimento de grãos) estão sofrendo com a restrição hídrica e a onda de calor.

O calor intenso acelera o ciclo da planta, reduzindo o tempo para crescimento e comprometendo a fecundação quando as temperaturas ultrapassam 35°C na polinização. Além disso, temperaturas elevadas à noite diminuem o acúmulo de fotoassimilados, o que prejudica o enchimento de grãos e reduz o potencial produtivo.

Após as últimas chuvas, alguns produtores ainda optaram pelo plantio tardio, mesmo fora do período recomendado pelo Zarc. Porém, nas áreas semeadas em janeiro, já se observa um aumento na incidência da cigarrinha-do-milho, o que pode trazer novos desafios para a cultura.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista | DRT: 0001781-MT