Técnicos do projeto Campo Futuro, iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com federações estaduais, universidades e centros de pesquisa, realizaram nesta semana a coleta de informações sobre os custos de produção em três cadeias produtivas: cafeicultura, aquicultura e avicultura de postura. O trabalho contou com a participação de produtores, sindicatos, cooperativas, técnicos e especialistas do setor.
Na aquicultura, as atividades ocorreram no estado de Pernambuco. Em Jatobá, na terça-feira (22), produtores de tilápia e técnicos se reuniram para definir a propriedade típica da região, caracterizada pela criação de tilápias de 1,2 kg em 60 tanques de inox de 14m³ cada. Conforme a assessora técnica da CNA, Larissa Mouro, a cada ciclo de 240 dias são despescadas cerca de 73 toneladas de tilápia, vendidas posteriormente para intermediários. Entre os principais custos, destacam-se a ração (72% do Custo Operacional Efetivo – COE), a mão de obra (17,5%) e a forma jovem (8,4%).
Já na sexta-feira (25), os levantamentos se voltaram para a carcinicultura em Goiana (PE). Na região, a produção de camarões ocorre em cinco viveiros escavados de dois hectares cada, com produtividade média de 0,7 tonelada por hectare. Os camarões são despescados após cerca de 76 dias, com peso médio de 10 gramas, e vendidos também a intermediários. Larissa explicou que, nesse sistema, a ração representa mais de 44% do COE, enquanto os gastos com energia elétrica são reduzidos devido à utilização esporádica de aeradores.
No setor cafeeiro, o painel foi realizado de forma virtual, na terça-feira (22), com produtores de Monte Carmelo (MG). A propriedade modal definida possui 60 hectares produtivos, com sistema irrigado e produção mecanizada. Segundo o assessor técnico Carlos Eduardo Meireles, a produtividade média prevista é de 35 sacas por hectare, uma leve recuperação em relação a 2024. O COE apresentou aumento de 5%, puxado pelo crescimento de 33% nos gastos com atividades de colheita e pós-colheita, especialmente em mão de obra, beneficiamento e transporte. Houve ainda uma redução de 27% nos custos com fertilizantes e leves elevações nas despesas com irrigação e manejo fitossanitário.
Por fim, na quarta-feira (23), ocorreu o levantamento de custos da avicultura de postura em Arapongas (PR). De acordo com o assessor técnico Rafael Lima Filho, a propriedade modal avaliada é uma granja de pequeno porte, com 50 mil aves alojadas em ciclo completo e produção anual de 14 milhões de ovos, operando em galpões automatizados.