Preços do café arábica atingem recorde histórico em fevereiro, impulsionados por oferta limitada e demanda firme

Fonte: CenarioMT

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Foto: Embrapa

O Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, atingiu um novo recorde histórico no início de fevereiro, após já ter registrado a maior média mensal da série histórica em janeiro. Na segunda-feira, 3 de fevereiro, o indicador fechou a R$ 2.565,86 por saca de 60 kg, o maior valor real diário desde o início da série, em setembro de 1996 (valores deflacionados pelo IGP-DI). O cenário de alta é impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo oferta limitada, estoques reduzidos e demanda internacional firme.

Fatores que impulsionam os preços

  1. Oferta limitada: A oferta de café arábica para negociação está restrita, uma vez que um volume significativo já foi comercializado antecipadamente. Isso tem pressionado os preços para cima, já que os compradores enfrentam dificuldades para encontrar lotes disponíveis no mercado.
  2. Estoques apertados: A produção de café no Brasil e no Vietnã, dois dos maiores produtores globais, foi menor na safra atual, resultando em estoques reduzidos. Essa escassez tem contribuído para a valorização dos preços.
  3. Demanda internacional firme: A demanda por café arábica no mercado internacional permanece forte, especialmente em meio à recuperação econômica global e ao aumento do consumo em diversos países. Isso tem mantido a pressão sobre os preços, mesmo com a oferta limitada.
  4. Projeções para a safra 2025/26: As projeções indicam que a próxima safra de café arábica no Brasil pode ser menor, o que tem gerado expectativas de continuidade do cenário de alta nos preços. Essa perspectiva futura também influencia as decisões de compra e venda no mercado atual.

Impacto para o setor cafeeiro

O recorde nos preços do café arábica é uma boa notícia para os produtores, que têm se beneficiado da valorização do produto. No entanto, a alta também traz desafios, como o aumento dos custos de produção e a necessidade de gerenciar os estoques de forma estratégica para aproveitar as oportunidades de mercado.

Para os consumidores e a indústria, o cenário de preços elevados pode resultar em custos mais altos para o café torrado e moído, impactando o preço final ao consumidor. A cadeia do café terá que se adaptar a essa nova realidade, buscando eficiência e inovação para manter a competitividade.

Perspectivas para o futuro

Os pesquisadores do Cepea destacam que o cenário de alta deve continuar nos próximos meses, especialmente diante das projeções de uma safra 2025/26 ainda pequena. A combinação de oferta limitada, estoques reduzidos e demanda firme deve manter os preços em patamares elevados, reforçando a importância de estratégias bem planejadas para os agentes do setor.

Enquanto isso, os produtores e comerciantes continuam monitorando as condições do mercado e as tendências globais, buscando maximizar os ganhos e minimizar os riscos em um ambiente de alta volatilidade. O café arábica segue como um dos produtos mais valorizados no agronegócio brasileiro, consolidando o país como um dos principais players no mercado global de café.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.