O Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, atingiu em janeiro o maior valor da série histórica para essa variedade, iniciada em setembro de 1997. De acordo com dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor médio do produto, posto na capital paulista, chegou a R$ 2.301,60 por saca de 60 kg no dia 27 de janeiro. O valor representa um aumento de 6,8% (ou R$ 146,72 por saca) em relação à média de dezembro de 2023.
Os pesquisadores do Cepea atribuem a alta dos preços à oferta restrita tanto de café arábica quanto de robusta, tanto no Brasil quanto no mercado global. Além disso, um alto percentual da safra nacional já foi comercializado pelos produtores, o que reduz ainda mais a disponibilidade do produto no mercado spot.
A escassez de café tem sido um fator determinante para a valorização do grão, refletindo as preocupações com a produção em um cenário de demanda firme. O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, enfrenta desafios relacionados ao clima e à logística, que impactam diretamente a oferta e os preços.
O recorde histórico do Indicador CEPEA/ESALQ reforça a tendência de alta que vem sendo observada nos últimos meses, pressionando os custos para torrefadores e indústrias, que dependem do grão como matéria-prima. Para os produtores, por outro lado, o cenário é favorável, com preços elevados garantindo maior rentabilidade.
A atenção do mercado agora se volta para o desenvolvimento da próxima safra e as condições climáticas, que podem influenciar a produção e os preços nos próximos meses. Enquanto isso, a oferta limitada e a alta demanda devem manter os valores do café em patamares elevados, consolidando um momento histórico para o setor cafeeiro.