As cotações do arroz em casca continuam em queda e atingem o menor patamar nominal desde julho de 2022, conforme aponta o Indicador CEPEA/IRGA (base 58% de grãos inteiros, com pagamento à vista). Levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indica que o recuo está diretamente ligado à pressão exercida pelas desvalorizações no mercado internacional, cenário que tem refletido nos preços internos.
Ao mesmo tempo, o mercado brasileiro se prepara para uma safra recorde. De acordo com dados divulgados em maio pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de arroz na safra 2024/25 deve atingir 12,14 milhões de toneladas, um crescimento expressivo de 14,8% em relação à temporada anterior, que colheu 10,58 milhões de toneladas.
Esse avanço é atribuído à ampliação da área plantada e ao aumento da produtividade média, especialmente nas lavouras irrigadas. Segundo pesquisadores do Cepea, esses fatores reforçam a oferta interna e contribuem para a manutenção da tendência de baixa nos preços, mesmo diante de custos ainda elevados para os produtores.
O cenário preocupa alguns segmentos do setor orizícola, que enfrentam margens mais apertadas e dificuldades na comercialização, enquanto o consumidor pode sentir reflexos positivos nos preços ao longo da cadeia de abastecimento.