O preço da soja apresentou recuperação na última semana no mercado internacional, com valorização de 1,55% no contrato corrente da Bolsa de Chicago (CME Group), encerrando o período com média de US$ 10,72 por bushel. A alta foi sustentada pela expectativa de aumento na produção de biocombustíveis nos Estados Unidos, o que pode impulsionar a demanda interna pelo esmagamento da oleaginosa.
Apesar desse avanço pontual, o cenário ainda é de desvalorização em relação ao ano passado. O preço atual está 7,96% abaixo do registrado na mesma semana de 2023, reflexo direto da oferta global elevada de soja, que tem exercido forte pressão sobre os valores da commodity no mercado internacional.
Mercado atento a clima e relações comerciais
Mesmo com os EUA em período de entressafra, quando a comercialização se reduz, as tensões comerciais com a China, principal compradora mundial da soja, seguem afetando negativamente a formação de preços. A menor previsibilidade nas compras chinesas aumenta a cautela dos investidores e reduz a força de recuperação no mercado.
Outro ponto de atenção é o clima nas regiões produtoras norte-americanas, que permanece como fator-chave na definição do comportamento futuro dos preços. A depender das condições meteorológicas nos próximos meses, pode haver ajustes nas estimativas de produtividade e impacto direto na retomada das compras chinesas.
Perspectivas
Para os analistas, o cenário segue incerto. A demanda por biocombustíveis pode dar fôlego adicional às cotações, mas a elevada oferta mundial e o impasse geopolítico entre Washington e Pequim ainda colocam um teto para avanços mais consistentes no curto prazo. A próxima safra norte-americana e os desdobramentos diplomáticos devem guiar os rumos do mercado nas próximas semanas.