O mês de abril foi atípico para o Estado de Mato Grosso, com um volume de chuvas acima do esperado para o período. A avaliação é do presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Tiago Cinpak, que aponta que, embora o excesso de chuva tenha estendido o ciclo da estação chuvosa além do habitual, o impacto sobre o milho tem sido, em geral, positivo.
“A chuva geralmente cessa por volta de 15 a 20 de abril, mas este ano ela se manteve presente durante todo o mês. Apesar do plantio ter sido um pouco fora da janela ideal, especialmente no milho e no algodão da segunda safra, a umidade favoreceu o desenvolvimento das lavouras. A expectativa é de uma safra boa”, afirmou Cinpak.
No entanto, o presidente do sindicato rural chama atenção para o aumento na presença de pragas, principalmente a lagarta-do-cartucho, que exigiu um controle mais rigoroso por parte dos produtores. “As tecnologias que antes seguravam a lagarta perderam eficiência. Tivemos muitos ataques no início e o produtor não estava tão preparado, porque confiava nessas tecnologias. Isso aumentou o custo com defensivos, mas o controle foi possível e não deve impactar de forma significativa a produtividade”, avaliou.
Sobre o mercado, Cinpak considera que o preço do milho segue em patamar razoável, mesmo com a tendência de recuo na colheita. O cenário é melhor do que o da soja e do algodão, cujas cotações seguem desafiadoras. “O milho está em um preço confortável, principalmente com a perspectiva de crescimento da indústria de etanol de milho em Mato Grosso, que tem absorvido parte da produção. Isso ajuda a dar sustentação ao mercado”, completou.