O café arábica registrou uma valorização histórica no mercado brasileiro. O Indicador CEPEA/ESALQ para o tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, aproximou-se de R$ 2 mil por saca de 60 kg no início desta semana, alcançando R$ 1.989,64 na segunda-feira (25). Esse é o maior valor real da série histórica desde 21 de janeiro de 1998, ajustado pelo IGP-DI de outubro de 2024. No acumulado de novembro, até o dia 25, o café arábica apresenta uma expressiva alta de 30,44%.
Segundo pesquisadores do Cepea, a principal razão para a disparada nas cotações é a oferta limitada de café no mercado spot nacional. Esse cenário reflete um equilíbrio apertado entre oferta e demanda, que, mesmo em meio às altas consecutivas, mantém o volume de negócios reduzido.
Postura dos produtores limita negociações
Os produtores, por sua vez, adotam uma postura de expectativa e cautela. Muitos optam por reter seus estoques, apostando em valorizações adicionais, enquanto outros evitam negociar grandes volumes neste período próximo ao fim do ano, motivados por estratégias fiscais.
Cenário global e impacto no mercado interno
A escassez no mercado nacional acompanha a tendência global de preços elevados, alimentada por incertezas climáticas e estoques restritos nos principais países exportadores. No Brasil, maior produtor mundial, a redução na oferta de café arábica de qualidade elevada reforça o movimento de alta, consolidando o país como um termômetro para o mercado internacional.
Com a proximidade do fim do ano, o mercado do café deve permanecer aquecido, ainda que os volumes negociados possam seguir contidos. As cotações recordes indicam um cenário desafiador para os compradores e promissor para os produtores, especialmente aqueles que souberem aproveitar os melhores momentos para comercializar seus lotes.