O ano de 2025 promete novos desafios para a cadeia produtiva de algodão, que, após alcançar recordes em 2024, enfrenta um cenário de incertezas e ajustes no mercado. De acordo com pesquisadores do Cepea, a produção mundial de algodão está crescendo em um ritmo superior ao da demanda, o que já sinaliza um descompasso no equilíbrio entre oferta e procura. Além disso, o aumento nos custos de produção superou os aumentos nos preços de venda, o que deve impactar negativamente as margens de lucro dos produtores para a nova temporada.
A economia mundial apresenta crescimento moderado, similar ao observado em 2024, e o preço do petróleo segue abaixo dos níveis registrados no ano anterior, o que pode favorecer as fibras sintéticas, aumentando a concorrência com o algodão no mercado têxtil. Os contratos futuros de algodão indicam uma tendência de estabilidade para 2025, sem grandes variações esperadas nos preços.
No Brasil, a pressão sobre as cotações do algodão pode vir de diversos fatores, como a maior oferta do produto, um estoque de passagem elevado, uma demanda contida e o crescimento econômico mundial aquém do esperado. No entanto, há também fatores que podem apoiar os preços, como a valorização do dólar frente ao real, o que torna o algodão brasileiro mais competitivo no mercado internacional, impulsionando a paridade de exportação.
Assim, enquanto o cenário global de algodão enfrenta desafios, fatores cambiais podem atenuar as pressões internas, oferecendo oportunidades para a manutenção de competitividade nas exportações brasileiras.