Yanomami defendem papel vital na proteção do planeta

Pré-estreia de documentário reúne lideranças e reforça alerta indígena sobre clima, território e violações enfrentadas pelo povo Yanomami.

Fonte: CenárioMT

Yanomami defendem papel vital na proteção do planeta
Foto: Elza Lima/10a Mostra de Cinema da Amazônia

Na pré-estreia do documentário A Queda do Céu, realizada em Belém, o líder e xamã yanomami Davi Kopenawa destacou a ligação entre a cosmologia de seu povo, a preservação da floresta e o equilíbrio climático. Em discurso, afirmou que “enquanto estivermos aqui o céu não cairá”, reforçando o papel dos povos originários na proteção do planeta.

A exibição integrou a programação paralela da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e marcou a primeira apresentação pública nacional do filme. A produção mostra rituais tradicionais e a trajetória de Kopenawa, que assumiu a responsabilidade de guardar conhecimentos ancestrais após a morte do grande xamã de sua comunidade.

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O documentário retrata a resistência yanomami desde a década de 1970, quando invasões ao território se intensificaram com a abertura da BR-210. Hoje, Kopenawa lidera ações de proteção para cerca de 28 mil indígenas que vivem entre Roraima, Amazonas e a fronteira com a Venezuela.

Durante o evento, ele ressaltou a importância de unir indígenas e não indígenas no combate à crise climática, destacando que todos compartilham a mesma humanidade. A equipe do filme contou com ampla participação de profissionais yanomami na criação e na construção narrativa.

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O lançamento também deu espaço à voz de mulheres da etnia. A artista e escritora Ehuana Yaira denunciou violências cometidas por garimpeiros contra mulheres e jovens indígenas, alertando para ameaças constantes ao território e às famílias yanomami.

A noite marcou ainda a abertura oficial da 10ª Mostra de Cinema da Amazônia, que segue até 21 de novembro com programação gratuita em diversos espaços culturais de Belém. O evento reúne filmes, debates e painéis voltados à urgência climática, além de convidados como ativistas, cineastas e lideranças tradicionais.

Segundo os organizadores, a mostra vem ampliando seu alcance social ao levar o cinema para escolas, comunidades e territórios indígenas, fortalecendo a formação de público e a reflexão sobre audiovisual como ferramenta de transformação.

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