Indígenas da etnia Munduruku realizaram um protesto pacífico nesta sexta-feira (14) durante o quinto dia da COP30, em Belém, ao ocupar o acesso à Zona Azul, área destinada a participantes credenciados. O ato reuniu cerca de 90 pessoas nas primeiras horas da manhã.
O grupo reivindica uma reunião emergencial com o presidente Lula e critica a falta de participação direta nas discussões climáticas. Em discursos emocionados, manifestantes relataram que suas demandas são constantemente ignoradas e apontaram que as tratativas internacionais tratam as florestas como ativos de mercado.
Cartazes exibidos no local traziam mensagens contra a comercialização da natureza e alertavam para impactos da política climática sobre territórios tradicionais. As lideranças também cobraram a retirada de invasores das terras indígenas e o fim do Marco Temporal.
Participantes da conferência formaram um cordão humano para proteger o grupo, enquanto soldados do Exército bloquearam o avanço dos manifestantes. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, foi ao local para dialogar com as lideranças.
Segundo representantes jurídicos que acompanharam a conversa, as mulheres Munduruku relataram exclusão histórica em processos oficiais e defenderam que decisões sobre a Amazônia devem incluir quem vive no território.
Embora o bloqueio inicial tenha atrasado o acesso de participantes ao evento, um caminho alternativo foi rapidamente aberto. Os Munduruku, que habitam principalmente a bacia do Rio Tapajós, permaneciam no local durante a manhã.



















