O novo balanço do Sistema de Contas Regionais divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (14) confirma o que especialistas e analistas econômicos já vêm observando há anos:
Mato Grosso é uma das locomotivas do crescimento brasileiro.
Entre 2002 e 2023, o estado registrou a maior taxa média de expansão entre todas as unidades da federação, com crescimento anual de 5,2% — mais que o dobro da média nacional, que ficou em 2,2%.
A série histórica mostra que o Centro-Oeste e o Norte foram as regiões que mais avançaram economicamente nas últimas duas décadas. Dentro desse cenário, Mato Grosso se destaca como protagonista desse salto regional, impulsionado pelo agronegócio, pela industrialização crescente e pela ampliação da infraestrutura produtiva.
MT fecha 2023 com alta de 12,9% e se mantém entre os maiores crescimentos do país
No recorte mais recente, referente ao ano de 2023, Mato Grosso cresceu 12,9% — o terceiro maior avanço do Brasil, atrás apenas do Acre (14,7%) e de Mato Grosso do Sul (13,4%). O estado superou com folga a média nacional de 3,2% e voltou a demonstrar a força de seu modelo econômico, baseado em alta produtividade, expansão agrícola e diversificação industrial.
A combinação de soja, milho e algodão mais uma vez sustentou o resultado, reforçada pela cadeia de proteína animal, pelas tradings exportadoras e pelas indústrias de transformação que processam alimentos e fabricam álcool.
Agropecuária é o motor que impulsiona o ciclo de expansão
O relatório do IBGE aponta que a agropecuária foi determinante para o salto econômico mato-grossense em 2023.
A escalada produtiva da soja — cultura que coloca o estado como líder absoluto do país — explica grande parcela do desempenho.
O agronegócio integra produção, logística, comercialização, processamento, exportação e serviços associados.
Além da produção agrícola, Mato Grosso tem avançado no processamento de alimentos, na fabricação de etanol e na expansão de cooperativas e agroindústrias,
o que amplia o valor agregado e fortalece setores complementares.
Serviços e comércio reforçam crescimento
O setor de serviços também contribuiu intensamente para o desempenho estadual. Atividades como administração pública, saúde, educação,
comércio e reparação de veículos avançaram puxadas pelo aumento populacional, pela expansão logística e pelo surgimento de novos polos comerciais
em cidades como Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Sorriso e Primavera do Leste.
O comércio de veículos, máquinas e implementos agrícolas — diretamente vinculado ao agronegócio — foi outro destaque relevante.
Indústria mato-grossense avança com álcool e alimentos
No setor industrial, Mato Grosso se destacou nas indústrias de transformação, especialmente pela fabricação de álcool,
de produtos alimentícios e pelo processamento de insumos agrícolas.
O avanço da industrialização no Médio-Norte e no Araguaia mostra um movimento de interiorização da economia, que deve se intensificar à medida que a produção rural cresce e a logística melhora.
Mato Grosso ganha mais peso na economia nacional
Entre 2002 e 2023, Mato Grosso foi o estado que mais aumentou sua participação no PIB brasileiro, com avanço de 1,2 ponto percentual. Em 2023, manteve 2,5% do peso nacional, empatando com Goiás e ficando atrás apenas das maiores economias do país.
Durante o mesmo período, o Sudeste perdeu importância econômica, com queda de 4,4 p.p. — reflexo da redução no peso das indústrias de transformação e das atividades extrativas, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.
Enquanto isso, Mato Grosso ampliou produtividade, área plantada e capacidade industrial, reforçando sua presença no cenário nacional.
Terceiro maior PIB per capita do brasil
O levantamento destaca ainda que Mato Grosso tem o terceiro maior PIB per capita do país:
R$ 74.620,05.
O valor supera o de estados tradicionalmente fortes, como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná, e reflete o elevado volume de riqueza gerada em relação ao tamanho populacional.
Comparativo nacional: MT supera grandes economias
Em 2023, enquanto Mato Grosso cresceu 12,9%, estados como São Paulo e Pará avançaram apenas 1,4%. O Rio Grande do Sul teve 1,3%, mesma taxa registrada por Rondônia.
A diferença mostra a velocidade com que Mato Grosso tem ampliado sua produção, diversificado sua economia e se consolidado como polo de produtividade, graças a terras férteis, modernização tecnológica, investimentos privados e novas áreas agrícolas.
Centro-oeste: a região que mais cresce
A região Centro-Oeste registra a maior taxa média de crescimento do país entre 2002 e 2023, com alta de 3,4% ao ano.
Dentro do bloco, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul lideram a expansão, seguidos por Goiás.
O relatório reforça que o Centro-Oeste se consolidou como nova potência econômica brasileira — e que Mato Grosso exerce papel central nesse avanço.
Perspectivas: MT seguirá crescendo acima da média nacional
Com o avanço da produção agrícola, investimentos privados em infraestrutura, expansão das ferrovias e modernização logística,
o futuro econômico de Mato Grosso permanece favorável. A tendência é que o estado continue acima da média nacional nos próximos anos, podendo ampliar ainda mais sua participação econômica.
Os desafios incluem a diversificação da indústria, a ampliação da qualificação profissional e a busca por desenvolvimento equilibrado,
capaz de melhorar indicadores sociais no ritmo do crescimento produtivo.

















