A Embrapa Territorial apresentou nesta segunda-feira (10), durante a COP 30, em Belém (PA), os dados preliminares da atualização 2025 sobre atribuição, ocupação e uso das terras no Brasil, revelando um quadro detalhado de como o território nacional está dividido entre produção agropecuária e áreas destinadas à proteção, preservação e conservação da vegetação nativa.
O levantamento, compilado a partir de bases oficiais como IBGE, SICAR, FUNAI, MMA, TERRACLASS e MapBiomas, demonstra que produção e conservação caminham juntas e que os imóveis rurais desempenham papel decisivo na manutenção dos biomas brasileiros.
Segundo o estudo, apenas 31,3% do território brasileiro é destinado ao uso agropecuário. No total, 65,6% do Brasil são destinados à proteção, preservação e conservação da vegetação nativa e 2,2% são hidrografias.
Já na região do Cerrado, o estudo mostra que 52,2% do bioma é destinado à proteção, preservação e conservação da vegetação nativa. Destes, os produtores rurais preservam 34,7% da área total do Cerrado dentro de seus imóveis.
Já 45,9% é utilizado para atividades agropecuárias, sendo 30% pastagens, 12,2% lavouras e 1,7% silvicultura.
A relação entre produção e preservação evidencia que, para cada hectare de uso agropecuário no Cerrado, existem 0,8 ha preservados nos imóveis. 1,1 ha são destinados à conservação em todo o bioma.
O levantamento também aponta que há duas vezes mais pastagens que lavouras, caracterizando a pecuária como atividade central na região.
Na Amazônia, os números são ainda mais expressivos. 83,7% da área total é dedicada à proteção, preservação e conservação da vegetação nativa. Apenas 14,1% do bioma é ocupado por atividades agropecuárias, sendo 12,1% pastagens.
Dentro dos imóveis rurais, os produtores destinam 27,4% da área total à preservação, o equivalente a 33% de toda a vegetação nativa da Amazônia.
A relação entre área produtiva e área preservada impressiona: Para cada hectare de uso agropecuário, existem 1,9 ha preservados nos imóveis rurais. Considerando todas as áreas protegidas, o número sobe para 5,9 ha preservados por hectare produtivo.
Além disso, o bioma apresenta seis vezes mais área de pastagens do que de lavouras, reforçando a pecuária como principal atividade nas áreas consolidadas.
O presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Jr., avalia que os dados reforçam a importância do produtor rural para o equilíbrio ambiental dos biomas brasileiros.
“Esse estudo comprova, com dados oficiais e atualizados, aquilo que a pecuária mato-grossense sempre afirmou: somos guardiões de uma parte significativa da vegetação nativa do Brasil. No Cerrado e na Amazônia, o produtor é protagonista na preservação, cumprindo a lei, produzindo alimentos e mantendo áreas que vão muito além das exigências do Código Florestal.”
“A ciência mostra que produção e conservação não são forças opostas no Brasil. Ao contrário: caminham lado a lado. Esses números reforçam que o modelo de ocupação do nosso território é sustentável e merece reconhecimento, respeito e segurança jurídica para continuar avançando.”















