O estado de Mato Grosso acaba de ser contemplado com o reforço de 89 novos profissionais do Programa Mais Médicos, uma iniciativa do governo federal dedicada a expandir a cobertura da atenção primária em áreas de maior vulnerabilidade social.
Desse total, nove médicos serão direcionados para atuar nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), sendo seis no Araguaia e três no Cuiabá.
Esses profissionais atenderão populações indígenas em regiões de difícil acesso, garantindo assistência onde mais se precisa. Os demais médicos irão fortalecer as equipes de Saúde da Família nos diversos municípios mato-grossenses.
Expansão nacional e recorde de inscrições
Essa alocação faz parte da mais recente fase do programa, que selecionou um total de 3.173 médicos para atuar em 1.618 municípios e 26 DSEIs em todo o país. O edital desta etapa registrou um número recorde de inscritos, com mais de 45 mil candidatos, demonstrando o grande interesse pela iniciativa.
Desde o dia 2 de julho, os médicos formados no Brasil e com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) já estão chegando aos seus respectivos territórios de trabalho.
Para os médicos brasileiros formados no exterior, a próxima etapa será o Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv), um treinamento específico que terá início em 4 de agosto. Este módulo prepara os profissionais para atuar em situações de urgência, emergência e no enfrentamento de doenças prevalentes nas regiões onde serão alocados.
Impacto na qualidade do atendimento no SUS
Os profissionais do Mais Médicos são peças-chave no fortalecimento da Atenção Primária à Saúde e na busca contínua por acelerar o atendimento especializado no Sistema Único de Saúde (SUS).
A integração desses médicos, facilitada pelo prontuário eletrônico e por fluxos otimizados, visa reduzir o tempo de espera do paciente e garantir um acesso mais eficiente à média e alta complexidade para todos os cidadãos.
“São mais de 3 mil profissionais que iniciam suas atividades dentro do Mais Médicos, qualificando o atendimento na atenção primária e reduzindo o tempo de espera”, explica Felipe Proenço, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde. Ele acrescenta que o programa também investe na formação e qualificação desses profissionais, oferecendo oportunidades de especialização em Medicina de Família e Comunidade e mestrado profissional em Saúde da Família.
Prioridade para regiões vulneráveis
A distribuição das vagas do programa foi estrategicamente planejada, levando em conta o cenário atual da distribuição de médicos no Brasil, conforme dados do estudo “Demografia Médica 2025”. Este estudo, conduzido pelo Ministério da Saúde, Universidade de São Paulo (USP) e Associação Médica Brasileira (AMB), mapeia a proporção de médicos por habitante em diferentes regiões do país.
A prioridade do Mais Médicos é clara: atender as regiões de maior vulnerabilidade social e com menor número de profissionais. A maioria das vagas do edital contemplou municípios de pequeno porte (75,1%), seguidos por médio porte (11,1%) e grande porte (13,8%), garantindo que o programa chegue onde a carência é maior.
Atualmente, o Programa Mais Médicos garante assistência a mais de 63 milhões de brasileiros em todo o país. Com a ambiciosa meta de alcançar 28 mil profissionais, o programa já conta com cerca de 24,7 mil médicos atuando em 4,2 mil municípios, o que representa uma cobertura impressionante de 94% do território nacional.
