Estado de SP completa 100 dias de quarentena nesta quarta com obrigatoriedade do uso de máscaras sob pena de multa

Fonte: Bárbara Muniz Vieira e Beatriz Borges, G1 SP

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Foto: Marcelo Brandt/G1

O estado de São Paulo completa 100 dias de quarentena nesta quarta-feira (1º) com obrigatoriedade do uso de máscaras nas ruas de todo o estado sob pena de multa. Determinada pelo governador João Doria (PSDB), a medida de isolamento social para conter a disseminação do coronavírus começou no dia 24 de março em todas os 645 municípios e foi sendo prorrogada. O último prolongamento aconteceu na sexta-feira (26), quando Doria anunciou que a quarentena segue até 14 de julho.

Em sua primeira fase, a quarentena determinou o fechamento do comércio e manteve apenas os serviços essenciais abertos, como as áreas de saúde, alimentação, segurança, transporte público, transportadoras e armazéns, empresas de telemarketing, petshops, deliverys, limpeza pública e postos de combustível. Nessa época, o estado tinha 745 casos e 30 mortes.

Dias depois, a Prefeitura publicou um decreto aumentando a lista de serviços essenciais autorizados a funcionar. As atividades religiosas foram incluídas na lista devido a um decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também foi acrescentada a comercialização de embalagens e materiais de construção, por exemplo.

Nessa época, os índices de isolamento social eram o principal parâmetro das decisões da Secretaria Estadual de Saúde enquanto o governo estadual investiu no aumento do número de leitos das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) dos hospitais e a capacidade de processamento de testes dos laboratórios.

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O Instituto Adolfo Lutz chegou a ter 17 mil testes represados na fila apesar da sua capacidade de processamento ter aumentado para 2 mil testes diários e de ter credenciado laboratórios em todo o estado para dar conta da demanda.

Nessa época, o número de casos confirmados era de 800.216 e o estado tinha a metade das 1.057 mortes pela doença no país. A fila de testes só foi zerada no final de abril.

Por meio de parcerias com a iniciativa privada e inauguração dos hospitais de campanha do Pacaembu, do Anhembi, do Ibirapuera e de Heliópolis, o governo conseguiu aumentar a capacidade de leitos .

Abril

Apesar de todas as medidas, no mês de abril, o número de casos registrados da doença cresceu 770% na região metropolitana da capital, passando de 2.793 para 24.309 casos. Já no interior e no litoral, no mesmo período, a quantidade de casos confirmados cresceu quatro vezes mais e disparou 3.302%, um salto de 129 para 4.389 casos.

Maio

O aumento de casos foi uma das justificativa do governo estadual para adotar o uso obrigatório de máscaras nas ruas de todo o estado a partir de maio. Um mês depois, a partir desta quinta-feira (2), a Vigilância Sanitária vai passar a aplicar multa de R$ 500 em cidadãos que estiverem sem máscara nas ruas e de R$ 5 mil, por cliente, para estabelecimentos comerciais que permitirem entrada sem máscara.

Também em maio, para tentar aumentar o isolamento social, a cidade de São Paulo adiantou os feriados municipais de Corpus Christi (11 de junho) e da Consciência Negra (20 de novembro) para a última quarta (20) e quinta (21) do mês. Na sexta-feira (22), foi declarado ponto facultativo na cidade.

No final de maio, o governo estadual chegou a dizer que estava com o protocolo de lockdown pronto para ser instituído. Trata-se de uma medida mais radical imposta por governos para que haja distanciamento social – uma espécie de bloqueio total em que as pessoas devem, de modo geral, ficar em casa. Este mês o número de mortes por coronavírus no estado de São Paulo subiu para 4.501.

Além da capital, outras cidades da Grande São Paulo também adiantaram recessos para a semana. Já o governo estadual antecipou o feriado de 9 de julho para a segunda-feira (25). Os seis dias de feriado ajudaram a aumentar a adesão ao isolamento social.

Nessa época, o governo comemorava 57% de isolamento, apesar das autoridades de saúde insistirem que o ideal seria um isolamento de 70%. No primeiro dia da quarentena, em 24 de março, a taxa de isolamento no estado foi de 54%, e o índice nunca atingiu os esperados 70% do governo, o máximo foi de 59%, alcançados em cinco domingos.

A ideia era manter o maior número de pessoas dentro de casa, já que não há vacina e nem remédio que evite o novo coronavírus. O isolamento é a única medida eficaz, segundo autoridades de saúde, para frear a curva de contágio da doença.

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