Ídolo do basquete, Marcel conta rotina como médico voluntário no combate ao coronavírus

Fonte: GLOBOESPORTE.COM

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Foto: Arquivo Pessoal/Marcel de Souza

Aos 63 anos de idade, o ex-ala da seleção brasileira de basquete Marcel Ramon Ponikwar de Souza continua representando e “vestindo a camisa” do país em que nasceu. Em Jundiaí, interior de São Paulo, Marcel, médico formado, usa a profissão para ajudar pessoas a identificar sintomas e tirar dúvidas sobre a Covid-19, doença causada pelo coronavírus e que mudou a rotina do mundo com uma pandemia.

Clínico geral e radiologista, formado pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, com especialização na Universidade de São Paulo (USP), Marcel trabalha em clínicas particulares na cidade do interior paulista como ultrassonografista, enquanto atende paralelamente pessoas com sintomas ou que tenha dúvida sobre o coronavírus. Os atendimentos são gratuitos e foi uma forma encontrada pelo ex-jogador de basquete de retribuir o carinho dos fãs ao longo dos anos de carreira no esporte.

– Não estou na linha de frente no combate ao Covid por duas razões: a primeira porque tenho 63 anos de idade e do grupo de risco, a segunda porque tem gente que faz isso melhor do que eu. Não sou treinado para atender pessoas em estado de emergência, auxiliar nos procedimentos então não consigo ajudar o máximo que posso. De qualquer maneira, as pessoas continuam adoecendo e elas precisam de atendimento médico e exames. Sou ultrassonografista e faço esses exames. Por outro lado, auxílio as pessoas pelas minhas mídias sobre dúvidas com relação ao Covid – explica Marcel, dentro de um consultório onde trabalha em Jundiaí.

“Existe muito medo se aquele sintoma é necessário que a pessoa vá ao hospital, então auxilio na identificação e em tudo que é capaz fazer através de mídia social”, explica o médico Marcel.

Marcel realiza atendimentos que auxilie as pessoas com possíveis sintomas a identificar a necessidade de ir até um hospital. O trabalho é fundamental no momento em que o sistema público de saúde, principalmente, a cada dia mais está sobrecarregado com a quantidade de atendimentos, muitos deles sem a necessidade real de ida até um posto de saúde.

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– Essa pandemia tem dois grandes problemas. O primeiro é que a gente não sabe como ela transmite. A única coisa que a gente tem certeza é que aglomeração facilita a transmissão do vírus. Por isso que não se pode aglomerar. Faixa etária não é aquela que vinha sendo fala inicialmente. O tratamento ainda não existe, então são feitos tratamentos para auxiliar. Talvez a vacina possa resolver nossos problemas, quando aparecer alguma coisa. O que os médicos têm feito é prolongar a vida dos pacientes em UTI para que eles possam desenvolver anticorpos que consigam combater a doença. Toda infecção viral é assim. O Brasil está com bom índice de cura e essa é a esperança para nós – explica o ex-jogador e médico.

Em mais de 35 anos de basquete, entre jogador e treinador, Marcel ostenta números significativos usando a camisa 11 da seleção brasileiro. O ex-ala participou de quatro Olimpíadas, Moscou (1980), Los Angeles (1984), Seul (1988) e Barcelona (1992); além de cinco Pan-Americanos. Foram 5.297 pontos marcados em 392 jogos, tornando-se o segundo maior cestinhas atrás apenas da lenda Oscar.

A iniciativa de Marcel, inclusive, chamou atenção de Oscar Schmidt, companheiro de Marcel na conquista da medalha de ouro no Pan de 1987, quando o Brasil fez história ao derrotar os Estados Unidos, que jogava em casa e diante de sua torcida. O “mão santa” chamou o companheiro de herói por estar combatendo de perto a pandemia que assola o país.