Vaquinha arrecada dinheiro para a compra de alimentos e produtos de higiene para ajudar índios durante pandemia em MT

Fonte: G1 MT

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Foto: Gcom-MT

A Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (FEPOIMT) está fazendo uma campanha para arrecadar dinheiro que será destinado para a compra de cestas básicas, álcool gel e produtos de higiene aos índios do estado durante esse período de pandemia do novo coronavírus.

Uma vaquinha online foi aberta na sexta-feira (17) e deve estar disponível pelos próximos dois meses. O objetivo é arrecadas R$ 100 mil nesse período. Até este domingo (19) foram doados apenas R$ 225.

De acordo com a Federação, essa é uma medida para tentar evitar que os indígenas saiam das aldeias para ir à cidade, pois alguns municípios vizinhos já registraram casos da Covid-19.

A FEPOIMT representa 43 povos indígenas do estado e se organiza em sete regiões: Cerrado/Pantanal, Norte, Médio Araguaia, Noroeste, Xavante, Vale do Guaporé e Xingu, para onde devem ser destinados os recursos.

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“As famílias indígenas estão fazendo sua parte para evitar a propagação do vírus. Mas muitos fatores externos ameaçam a saúde de nossas aldeias. Invasores em busca de garimpo e madeiras ilegais podem levar o vírus para nossos territórios. Além disso, há momentos em que nossos parentes precisam ir até as cidades para comprar mantimentos, remédios, combustível e outras necessidades – momentos em que há muito risco de contaminação”, disse.

Terras em alerta

Na região norte do estado, próximo a Aripuanã, onde já foram registrados dois casos da Covid-19, as terras que estão em alerta são Piripikura (índios isolados), Sete de Setembro (Suruí), Zoró (Zoró), Roosevelt (Cinta Larga), Arara do Rio Branco (Arara) e Parque do Aripuanã (Cinta Larga).

Na região do Araguaia, próximo a União do Sul e Canarana, que somam outros dois casos, estão o Parque Indígena do Xingu e a TI Pimentel Barbosa (Xavante). Somente no Parque do Xingu vivem indígenas de 15 etnias diferentes: Wauja, Trumái, Yawalapití, Mehináku, Aweti, Yudjá, Kisêdjê, Ikpeng, Matipú, Kuikuro, Nahukuá, Tapayuna, Kaiabi, Kamayrurá, Kalapalo.

Já na região sudoeste, as aldeias Utiariti, Paresi, Estivadinho, Figueiras e Rio Formoso (todas da etnia Paresi), Sararé (Nambikwára) e Portal do Encantado (Chiquitanos) estão próximas aos municípios de Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra e Pontes e Lacerda, que já registram sete casos da doença.

Na região central do estado apenas uma Terra Indígena está sob alerta, que é a Santana, dos Bakairi. Ela fica em Nobres e nas proximidades de Nova Mutum, que possui um caso de contaminação do novo coronavírus.

No sul de Mato Grosso, as TIs em estado de alerta são Sangradouro/Volta Grande (Xavante e Bororo), próxima a Primavera do Leste, com quatro registros, e Jarudore, Tereza Cristina e Tadarimana. Essas últimas três terras estão nas proximidades de Rondonópolis, que atualmente é o segundo município em número de casos de Covid-19 no estado, são 24 confirmações.