Cataratas do Iguaçu registram a menor vazão de água do ano, diz Copel; VEJA FOTOS

‘Uma das estiagens mais severas dos últimos 50 anos’, disse diretor de meio ambiente da Sanepar. Vazão do Rio Iguaçu nesta quinta-feira (2) representava 17% da vazão média normal nas Cataratas.

Fonte: Por Mari Kateivas, G1 PR — Foz do Iguaçu

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Foto: Cassiano Rolim/RPC

O Rio Iguaçu teve a menor vazão de 2020 nesta quinta-feira (5) nas Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. A informação é da Companhia Paranaense de Energia (Copel), responsável pelo monitoramento hidrológico do rio.

Até às 14h desta quinta-feira, a Copel registrou a vazão de 259 mil litros de água por segundo, isso representa 17,2% da vazão normal, de 1,5 milhão. Veja mais fotos das Cataratas abaixo.

De junho de 2019 até março de 2020, em todos os meses, choveu menos do que a média histórica no Paraná, contou o diretor de meio ambiente e ação social da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Júlio Gonchorosky.

Ele explicou que a situação é grave não só no Rio Iguaçu, mas em todos os mananciais do estado.

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“O Paraná está passando por uma das estiagens mais severas dos últimos 50 anos”, disse.

De acordo com Gonchorosky, a expectativa de melhora para esse cenário ainda não é das melhores. A previsão é de que nos próximos três meses, o máximo que deve acontecer, é de que as chuvas ocorram dentro da média.

A recuperação para esse período de estiagem, conforme o diretor, deve ocorrer apenas nas chuvas de verão.

O Parque Nacional do Iguaçu está fechado para visitação deste o dia 18 de março. A medida é uma forma de prevenir a propagação do novo coronavírus.

Cataratas do Iguaçu

O leito do Rio Iguaçu conta com seis usinas hidrelétricas e nasce na região de Curitiba, atravessa o estado, e deságua em Foz do Iguaçu, nas Cataratas, conforme a Copel.

Por isso, segundo a companhia, é importante chover na região metropolitana da capital do estado para haver reflexo no aumento da vazão do rio.

Em março, a previsão média de chuva para Curitiba era de 129 milímetros, entretanto, foram registrados apenas 12 milímetros.

Em Foz do Iguaçu, a previsão para o mesmo mês era de 128 milímetros de chuva, mas choveu apenas 49 milímetros, segundo a Sanepar.

De acordo com a Copel, a última vez que o monitoramento hidrológico registrou a vazão média normal nas Cataratas foi no dia 18 de janeiro de 2020.

O pior período de seca nas quedas d’água, conforme a Copel, ocorreu em maio de 1978. À época, a vazão foi de 114 mil litros de água por segundo.

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Conforme o Parque Nacional do Iguaçu, são catalogados 275 saltos, o que dá às Cataratas o título de maior conjunto de quedas d’água do mundo. Além disso, elas são consideradas uma das Sete Maravilhas da Natureza.

Preservação dos recursos hídricos

De acordo com o diretor de meio ambiente, a Sanepar trabalha com programas de preservação dos mananciais de abastecimentos.

Entre as ações realizadas, conforme o diretor, foi criado um plano de segurança de água em Cascavel. O projeto é pioneiro no estado e deverá ser aplicado em outros municípios.

O objetivo do plano é analisar a bacia que abastece a cidade e estudar como está a conservação dela. Dessa forma, a companhia levanta informações sobre a área da mata ciliar e os fatores que podem influenciar na geração de água.

O diretor explicou que o estudo leva em consideração como estão as pressões externas sobre essa bacia, como os loteamentos, indústrias e plantações em torno dela.

Com o plano em mãos, conforme a Sanepar, é possível criar políticas públicas para que o manancial seja preservado e, como consequência, possa ser mantida a capacidade de abastecimento de água daquela cidade.

Quando os fatores são apenas climáticos, como é o caso da estiagem atual, não é possível controlar a situação, segundo o diretor. Por isso, os trabalhos de gestão que envolvem as ações humanas devem ser revistos e implementados com cuidado.