Comunidade quilombola em MT não tem água tratada e nem estradas em condições de trafegabilidade

Fonte: Flávio Coelho, TV Centro América

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Foto: TVCA/Reprodução

Moradores da Comunidade Quilombola Lagoinha de Baixo, localizada em Chapada dos Guimarães, a 63 km de Cuiabá, cobram melhorias de infraestrutura. Falta estrutura nas estradas e a ponte que dá acesso à cidade ameaça cair a qualquer momento. Eles também não têm água tratada.

As 22 famílias quilombolas que vivem na comunidade alegam que os problemas têm sido recorrentes.

A estrada que liga a rodovia até a comunidade está precária e cheia de buracos.

Segundo o presidente da comunidade, Euzito Reis, os próprios moradores arrumam a estrada. “Nós nos juntamos, fazendeiros e funcionários. Um joga pedra, outro vai com a enxada e outro com uma pá e daí a gente arruma”, relata, destacando ainda que Lagoinha de Baixo é uma região “totalmente esquecida”.

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Os moradores estão ainda mais preocupados com a ponte que faz a ligação entre a parte alta e a parte baixa da comunidade. Nela transitam carros, motos, tratores, caminhões de horta, carros da saúde, etc. É a única forma de acesso à região e está com a madeira podre e solta, correndo risco de cair.

Orlando Carlos da Cruz é tratorista e passa todos os dias pela ponte para entregar leite. “Corro risco de vida porque se eu não passar não tem como carregar o leite”, conta.

Outro problema que preocupa os moradores da região é a falta de água da água. Os tanques são enchidos com bombas que captam a água do Rio Lagoinha, que é diretamente consumida pela comunidade, sem qualquer controle de qualidade.

A lavradora Tatiana Reis de Castro conta que eles não sabem a situação da água e nem o que ela pode causá-los. “Não temos água tratada, não temos um poço e estamos preocupados porque antigamente não tinha lavoura mas hoje já tem e continuamos usando essa água anos após anos”, disse.

De acordo com a Prefeitura de Chapada dos Guimarães, um projeto da Fundação Nacional de Saúde deveria ajudar na captação e fornecimento de água potável para os moradores da comunidade. O projeto foi suspenso durante a mudança de governo e deve ser retomado.

A situação da ponte deve ser consertada em torno de 10 a 15 dias.

Segundo Luiz Leite, secretário de Administração e Planejamento do município, o conserto da via será feito junto com o conserto da ponte, aproveitando o maquinário.