Lembra dele? Aos 39 anos, Matuzalém retorna ao Brasil e quer jogar em 2020

Fonte: GLOBOESPORTE

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Ele jogou ao lado de craques como Roberto Baggio e Miroslav Klose na Itália. Também foi contemporâneo e adversário de estrelas do futebol mundial como Ronaldo Fenômeno, Del Piero, Totti, Zidane e Seedorf. No início da carreira, conquistou o título mundial sub-17 com um certo Ronaldo, que pouco depois ficaria consagrado como Ronaldinho Gaúcho. Em 2018, participou de um curso de treinador da Federação Italiana de Futebol ao lado de ícones como Pirlo, Cannavaro e Batistuta. Agora, 20 anos depois de construir a carreira na Europa, Francelino Matuzalém da Silva está de volta ao Brasil, mais precisamente a Natal, onde nasceu. Mas a pergunta que não quer calar: ele parou de jogar? Ainda não.

Matuzalém, hoje com 39 anos, está “fininho” e tem procurado manter a forma desde que retornou à capital potiguar para ficar perto da família. O futevôlei com os amigos na praia de Ponta Negra virou rotina e serve como preparação para, quem sabe, aparecer em gramados potiguares em 2020. Seria a realização de um sonho, tendo em vista que deixou Natal ainda aos 15 anos, direto para as categorias de base do Vitória.

O jogador potiguar não atua profissionalmente desde 2018, quando passou pelo Real Monterosi, na quarta divisão italiana.

– Faz quase um ano que tinha decidido parar de jogar, mesmo tendo proposta de continuar nesse clube da Itália. Minha ideia era voltar realmente ao Brasil, mas não tinha a intenção de jogar. Mas chegando a Natal, ainda treinando, me sentindo bem fisicamente, sei que ainda posso dar um pouco mais ao futebol. Se aparecer alguma proposta de algum clube importante do Rio Grande do Norte, a gente pode sentar para conversar – declarou.

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Este clube seria o ABC ou o América-RN, pelo qual ainda atuou na escolinha, nos anos 90?

– Seria gratificante poder jogar por ABC ou América-RN, onde comecei. Eu sempre torci pelo clube que joguei. Meu pai torce para o ABC, minha mãe torce para o América-RN. A família é dividida. A proposta, vindo de ABC ou América-RN, vou receber com muito carinho – ressaltou.

O volante também está estudando a compra de uma área na zona Norte de Natal para montar um projeto ligado ao futebol, justamente para quando pendurar as chuteiras.

– Meu objetivo mais na frente é de abrir uma escola de futebol e tentar resgatar essas crianças para que não entrem no mundo do crime – revelou.

Segunda casa

Matuzalém foi revelado pelo Vitória em 1997, mesmo ano que foi campeão mundial sub-17 com a seleção brasileira ao lado de Ronaldinho Gaúcho. Em 1999, seguiu para a Itália. Jogou no Napoli (1999-2001); Piacenza (2001-2002); Parma (2002-2003); Brescia (2003-2004). Depois, foi para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, no qual ficou até 2007. Em 2008, defendeu o Zaragoza, da Espanha, e na sequência se transferiu para a Lazio, onde permaneceu até 2013. Ainda passou por Genoa, Bologna e Hellas Verona, na Itália, até chegar ao Miami FC, em 2016, e Real Monterosi, seu último clube.

Tanto tempo longe do Brasil fez o sotaque nordestino dar espaço ao italiano.

– A Itália é minha segunda casa. Às vezes, me sinto um pouco italiano e um pouco brasileiro. Chegando muito jovem, aprendi uma nova cultura, um idioma importante. Joguei na Espanha, na Ucrânia. O futebol me deu muitas alegrias. O clube que passei mais tempo foi a Lazio, onde os torcedores tinham muito carinho por mim. Mas também tenho grande carinho pelo Genoa. Fiquei cerca de dois anos e meio lá e foram muito importantes para a minha carreira – falou.

Matuzalém lembra que, na época em que chegou à Itália, o campeonato nacional vivia um momento muito bom, recheado de estrelas como Shevchenko, Boban, Zidane, Del Piero, o próprio Ronaldo. Dos que jogaram ao seu lado, destacou o italiano Roberto Baggio, aquele mesmo que perdeu o pênalti na final da Copa do Mundo de 1994, e o alemão Miroslav Klose, algoz do Brasil no 7 a 1 e maior artilheiro dos Mundiais, além do compatriota Taffarel, com quem trabalhou no Parma, no final da carreira do goleiro.

– Companheiros de clube que me marcaram por serem fenômenos, por terem um nível maior e por serem muito simples foram o Roberto Baggio no Brescia e o Klose na Lazio. E uma emoção que eu tive no futebol foi quando eu estava no Parma junto com o Adriano, o Alex, que depois foi para o Fenerbahce. Quando eu vi o Taffarel me emocionei. Lembrei da Copa de 1994. Eu tinha 14 anos, e estava lá todo mundo rezando, orando, para que ele pegasse os pênaltis. Quando o vi, me emocionei realmente – disse.