Mais de 100 mil toneladas de grãos caem de carretas durante o transporte em MT e são perdidas anualmente

Desperdício costuma ser maior quando há trepidações, causadas pelas más condições das vias.

Fonte: Por Laércio Romão, TV Centro América

perda graos2
Foto: TVCA/Reprodução

A perda de grãos de milho e soja pelas estradas entre as fazendas e os armazéns, em Mato Grosso, passa de 100 mil toneladas a cada ano, segundo produtores. O desperdício costuma ser maior quando há trepidações causadas pelas más condições das vias.

A quantidade de milho às margens das rodovias neste período de escoamento do cereal chama bastante a atenção. Segundo a engenheira agrícola Solenir Rufato, de forma geral, as perdas aumentam quando os caminhões precisam passar por estradas de terra.

“A perda numa via de boa qualidade seria em torno de 70 mil toneladas, e de má qualidade, 170 mil. Se a gente transforma isso em sacas, daria um 1,6 milhão sacas, uma área correspondente a mais de 20 mil hectares. São perdas bastante consideráveis, atreladas, principalmente, às condições das vias de escoamento”, explicou.

O produtor Gilberto Baldissera, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, contou que fechou a última safra de soja com uma média de 64 sacas por hectare, sendo 1,5 hectares ao todo. Já a produção de milho gerou 104 sacas por hectare. A expectativa é manter essa média nesta safra.

[Continua depois da Publicidade]

A colheita está prevista para começar somente em janeiro, mas o agricultor já se previne com a conservação dos caminhões, para que a produção não se perca pelas estradas.

“Há cerca de três anos trocamos os caminhões velhos por um caminhão melhor para não perder o que foi colhido. A perda diminuiu muito depois dessa troca”, ressaltou.

Antes da troca dos caminhões, Gilberto afirmou que perdia, em média, 1.5 mil sacas de grãos por ano. Atualmente, com a troca dos caminhões, a perda caiu pela metade.

Segundo a engenheira agrícola, ter caminhões em boas condições significam amenizar os prejuízos, mas não tem como zerá-los. Uma estratégia que pode ser adotada pelos produtores é o uso de uma espuma para a vedação de frestas nas cargas.