Das 92 mulheres mortas em 2017, em MT, 70 eram negras, segundo Atlas da Violência

Fonte: G1 MT

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Dados divulgados no Atlas da Violência, nesta quarta-feira (5), apontam que do total de mulheres mortes no estado, em 2017, 70 eram negras, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números de assassinatos de mulheres foram levantados Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O levantamento aponta ainda que entre os anos de 2007 e 2017, 1.056 mulheres foram vítimas de homicídio, em Mato Grosso. A apuração foi feita com base nos dados registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.

Em nível nacional, 4.936 mulheres vítimas foram assassinadas. Um aumento de 30,7%, entre os anos de 2007 e 2017.

O estudo também levantou que houve aumento no número de mulheres mortas dentre de casa, vítimas de violência doméstica.

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Exemplo positivo

Apesar do aumento de mortes, este tipo de levantamento, segundo a Polícia Civil, ajuda a desenvolver ações de prevenção. E embora os índices ainda sejam altos, o estado tem um exemplo de que alternativas simples podem evitar a morte de mulheres.

Nas cidades de Barra do Garças e Pontal do Araguaia, distantes 516 km e 518 km de Cuiabá, a Associação Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra a Mulher tem alcançado resultados positivos.

De acordo com a presidente da Rede, a investigadora Andrea Guirra, ficaram cinco anos sem registro de feminicídio.

“Estamos sem registrar homicídio de mulheres desde 2013. No ano passado houve uma caso que não conseguimos intervir a tempo, porque era um relacionamento bem recente e que envolvia o uso de drogas”, explicou ela.

Entretanto, esse foi o único registro de feminicídio, nos últimos seis anos.

Segundo ela, a Rede inclui vários órgãos de segurança pública, além de instituições jurídicas e administração municipal. Todos os envolvidos são capacitados para acolher as mulheres vítimas de violência, assim como os filhos e o próprio autor da violência.

“Com a tipificação do feminicídio, o número de denúncias aumentou. Porém, temos conseguido evitar os assassinatos. E, um fator positivo é a redução no número de reincidência, uma vez que o suspeito também é atendido e tratado”, comentou.