Construída para ser espaço multiuso, Arena Pantanal é impedida de receber grandes eventos

Fonte: SECRETARIA DE INOVAÇÃO E COMUNICAÇÃO

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Idealizada para ser um espaço multiuso, além de receber jogos de futebol, a Arena Pantanal é impedida de sediar eventos de grande porte. Um dos exemplos foi a recente desautorização para a realização do Festival 300 anos no estádio, em comemoração ao tricentenário de Cuiabá. 

No dia 3 de outubro do ano passado, a Prefeitura de Cuiabá protocolou na Secretaria-adjunta de Esportes e Lazer do Governo do Estado, ofício solicitando a Arena Pantanal como palco das festividades dos 300 anos da Capital. No documento, foi informado que seriam três dias de comemoração, com shows nacionais, regionais e religiosos, além de apresentações lúdicas, com entrada simbólica para a população (1 kg de alimento não perecível) e sem custos para os cofres públicos municipais.

A realização do Festival 300 Anos na Arena Pantanal representaria a geração de aproximadamente 10 mil empregos diretos e indiretos, tendo em vista que a expectativa era de receber mais de 40 mil pessoas por dia. Com isso, mais de R$ 4 milhões seriam injetados na economia, além de aumento na ocupação dos hotéis e bares. Também deixam de ser arrecadados, 140 toneladas de alimentos não perecíveis para serem distribuídos para as famílias carentes de Cuiabá.

O próprio edital de licitação para a construção do novo estádio previa um espaço para eventos, como shows, feiras, convenções, além da realização de partidas de futebol: “Aviso de licitação – concorrência edital n° 017/2009 (Arena Multiuso – novo verdão), publicado pelo então governador Blairo Maggi, defensor da construção do espaço multiuso.

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PROTEÇÃO AO GRAMADO

Várias visitas técnicas na Arena Pantanal foram realizadas pelas equipes da Prefeitura de Cuiabá, Governo do Estado, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, patrocinadores e fornecedores regionais e nacionais para mapear o evento. A preservação e cuidado do gramado já havia sido questionada. De antemão, o Município se colocou à disposição para fazer todos os reparos e benfeitorias necessárias no estádio, e foi feita pesquisa sobre empresa que possui material específico para proteção do gramado.

Após os levantamentos, foi definido que o piso a ser utilizado como proteção do gramado seria o Easyfloor Plus, um polipropileno de alta resistência e impacto.  A empresa contratada, por meio de patrocínio da iniciativa privada, é a mesma que atende estádios como: Allianz Parque, Arena Pernambuco, Arena Grêmio, Estádio Beira Rio, Arena Dunas, Estádio Mineirão, Estádio do Canindé e Arena da Amazônia.

“Além de se preocupar com a melhor proteção para o gramado, foi solicitado pelo Governo do Estado que a Prefeitura de Cuiabá fizesse seguro da grama e da Arena em geral, além de garantir ainda que caso houvesse qualquer dano, todos os reparos necessários seriam realizados”, lembrou o secretário de Inovação e Comunicação, Júnior Leite.

Mesmo com as garantias, a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) se opôs a realização do evento.

ARENAS MULTIUSO

O Allianz Parque, estádio do Palmeiras, recebeu megashows em seu estádio. Coldplay, Paul Mccartney. Foo Fighters, Katy Perry, Aerosmith, Roberto Carlos e festivais nacionais como o Villa Mix já foram realizados no local.

Somente em 2017, o estádio do Palmeiras recebeu 17 noites de apresentações, com público acumulado de 600 mil pessoas somente em 2017. Naquele ano, o Allianz Parque foi o estádio com o maior número de grandes shows do mundo.

Na contramão do que é praticado nos grandes centros, a Arena Pantanal é vetada para receber grandes eventos como o Festival 300 e acumula gasto anual de R$ 3 milhões para ser mantida, de acordo com levantamento do Jornal O Globo do final do ano passado.

SESSÃO DE USO

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Após o protocolo em outubro e visitas técnicas na Arena Pantanal, assim que a atual gestão do Governo do Estado assumiu o mandato, foi encaminhado à organização do Festival 300 Anos, e-mails listando os documentos necessários para serem entregues para a assinatura da sessão de uso. O documento não estipulava prazo de entrega.

Com os documentos solicitados em mãos, a organização aguardava apenas o protocolo do projeto de segurança do Corpo de Bombeiros, que normalmente é emitido entre 10 a 15 dias antes de qualquer evento.

Júnior Leite explica que como o evento não foi custeado pela Prefeitura de Cuiabá, qualquer tipo de multa que houver não será para o Município, e sim para a organização do evento. Confirma que está em diálogo desde quinta-feira (21) com os patrocinadores e contratados para discutir o assunto e evitar multas.

Muitos contratados, como a dupla Zezé di Camargo e Luciano já abriram mão de cobrar multa da organização do evento, alguns dos patrocinadores já se colocaram à disposição para arcar com eventuais custos que ocorrerem de multas.

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