Laticínios: produtores estão em busca de qualidade e formalidade em Mutum

Fonte: Nathalie Guimarães - Redação

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Em busca de aprimorar a qualidade e crescer, produtores rurais de Mutum participaram do curso de Pasteurização do Leite e Fabricação de Laticínios. Mesmo a distância – muitos levaram cerca de uma hora para chegar ao local do curso – e a chuva, que prejudicou a situação das estradas de terra, não impediram que os alunos se empenhassem para garantir o aprendizado.

A capacitação foi oferecida pelo Sindicato de Produtores Rurais do município em parceria com o Senar Minas, no distrito de São Francisco de Humaitá. Para chegar ao local do curso, a maioria enfrentou a chuva para chegar no horário. Apesar disso, para o produtor Márcio Godinho de Souza, que mora a cerca de 20 quilômetros, no distrito de Roseiral, o esforço foi recompensado.

“Moro longe, choveu a semana toda, mas valeu a pena porque volto com outra cabeça. Foi muito gratificante. Eu já trabalhava com um pequeno laticínio, mas vi que precisava entender mais do produto e melhorar a qualidade. O que mais me chamou a atenção foi a simplicidade de como se aprende: aprender a fazer fazendo. Percebi o tanto que a gente jogava fora e tem como usar em benefício próprio. Futuramente também pretendo abrir um negócio”, destacou.

Márcio trabalha com bovinocultura de leite há mais de 30 anos e busca conhecimento para fazer laticínios com o leite A2A2. “Junto com a Embrapa e ABCGIL, temos um rebanho voltado para o A2A2, que é um leite que não provoca alergia no ser humano. Assim, eu me interessei em fazer o curso para industrializar esse leite. Minha expectativa é trabalhar esse leite em produto e levar esse benefício ao ser humano”, destacou.

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O filho da produtora Gleice Kelly Trancozo Xavier, que também fez o curso, é um dos consumidores do leite A2A2. “Aos quatro meses, foi detectado que ele era intolerante ao leite de vaca, não podia tomar leite nenhum. Como sou vizinha do Márcio, fiz o teste do leite A2A2 no meu filho. Hoje ele pode tomar tranquilo sem problema algum”, contou.

De olho na qualidade

A maioria dos participantes já tem experiência com derivados do leite, mas faltava orientação para padronizar os produtos e garantir a qualidade e a segurança alimentar. No curso, a turma aprendeu a fazer queijo minas frescal e padrão, mussarela, requeijão em barra, doce de leite, iogurte e ricota como aproveitamento do soro.

Após o curso, o casal Vanildo Lourenço Teófilo e Marilza Nogueira já pensa em registrar uma queijaria para agregar valor ao negócio. Há dois anos, devido à condição das estradas rurais, eles estavam perdendo leite. Para contornar essa situação, o casal começou a fazer queijos e requeijão, mas o produto nem sempre saía como o esperado.

“Nosso queijo estava ficando ruim. Minha preocupação é com a qualidade. E, no curso, vimos muito a diferença do leite cru para o pasteurizado”, contou Marilza.

Segundo Vanildo, com a experiência de fazer queijo e requeijão de leite cru, eles perceberam que é possível ter mais ganho fazendo derivados do que vendendo leite.

“Estamos aproveitando a oportunidade para fazer o que o mercado quer e já estamos pensando em registrar uma queijaria para atingir novos mercados. Vimos que o leite oferece muitas opções de aproveitamento, queijo, doce, ricota para aproveitar o soro, e o curso é muito prático, bem em cima do que a gente precisa”, avaliou Vanildo.

Mais treinamentos

Segundo a mobilizadora Tatiany Rocha Rodrigues, a bovinocultura é uma das principais atividades no município. “Tivemos a ideia de oferecer o treinamento após observar a oportunidade dos produtores agregarem mais valor ao seu produto. Conversando com alguns produtores que já faziam suas produções caseiras, vimos uma demanda por aperfeiçoamento”, contou.

Agora, a expectativa dos participantes é fazer outros cursos do Senar Minas para diversificar os produtos. “O treinamento foi muito importante para os alunos, composto de nove homens e quatro mulheres, principalmente por eles estarem em busca da formalidade na atividade e qualidade dos produtos. A turma quer prosseguir para fazer o curso de Produtos Especiais, que ensina queijos coalho, parmesão, provolone, prato, entre outros”, comentou a instrutora Aline Machado.

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