MT derrubou quase 4 mil km² de área de floresta após promessa do governo de eliminar desmatamento em acordo na COP 21 em Paris

Fonte: G1 MT

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Mato Grosso derrubou quase 4 mil km² de área da floresta amazônica no estado mesmo após a promessa do governo do estado em eliminar o desmatamento ilegal até 2020em acordo firmado na COP 21, em Paris, no ano de 2015.

As informações constam em uma análise divulgada pelo Instituto Centro de Vida (ICV) feita com base em dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes).

Ao todo, foram desmatados 3,8 mil km² desde agosto de 2015.

À época, o governador Pedro Taques (PSDB) apresentou na França, durante a Conferência Mundial do Clima, a COP 21, propostas para eliminar o desmatamento ilegal.

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A meta era dar fim ao desmatamento ilegal até 2020, fazer a compensação de 1 milhão de hectares de áreas passíveis de desmatamento legal e recuperar 2,9 milhões de hectares de áreas de preservação permanente e reservas legais.

A área derrubada, segundo o ICV, porém, se mantém alta desde então e se destaca como uma das principais características do desmatamento que ocorre no estado.

Em 2018, 85% de toda a área desmatada foi convertida sem autorização.

Ainda neste ano, Mato Grosso registrou a maior taxa de desmatamento na floresta amazônica nos últimos 10 anos. O período analisado vai de agosto de 2017 e julho deste ano.

Antes deste registro, a maior taxa havia sido registrada em 2015, quando 1,6 mil km² foram desmatados.

Concentração do desmatamento

Em 2018, 55% de toda a área desmatada se concentrou em 10 dos 141 municípios de Mato Grosso. Os municípios ficam em sua maioria nas regiões Noroeste e Médio Norte.

No ranking, Colniza – município marcado pela violência agrária e disputa de terras, aparece em primeiro lugar.

Aripuanã, Nova Maringá, Paranaíta, Cláudia, Nova Bandeirantes, Querência, Feliz Natal e Rondolândia completam a lista.

Onde o desmatamento é feito?

O levantamento do ICV analisou em que propriedades a derruba da floresta é feita. A conclusão é que a irregularidade é praticada em imóveis rurais privados cadastrados no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar). Em seguida, aparecem os imóveis não cadastrados.

Juntas as duas categorias representam 83% do total desmatado em 2018.

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Logo depois aparecem os projetos de assentamentos da reforma agrária, que concentraram 12% da área desmatada.

As Terras Indígenas (Tis) respondem por 5% do desmatamento detectado. Os maiores índices foram registrados na Aldeia Zoró, Marãiwatsédé e Menku.